sábado, 23 de setembro de 2023

Que meus olhos se fechem e meu corpo pare de respirar... uma prece sentida, chorada, magoada. Uma prece sozinha, triste, dolorida. Uma prece de um coração que está cansado. Que já parou de bater tantas e tantas vezes. Se for possível, por favor, que meus olhos se fechem e meu corpo pare de respirar.

sábado, 2 de setembro de 2023

 Meu plano de voo também era voar. E voei... asas abertas e flanantes. Fui condor por sobre as montanhas e pousei flor e suas rochas. Fiz um ninho e desejei que o sonho nunca acabasse... 

 Quando a chuva me lavar e o vento soprar minhas mudas vou dobrar no tempo (Rose Rocha)


Que tuas pétalas estejam adornadas pela água da chuva e o vento soprando tuas sementes para garlarem o céu a dobrar tuas mudas no tempo...

 


Quantas leituras da alma e desse coração palpitante de dor. Quantas leituras ditas e compartilhadas na tela da vida. O amor guardado no seguro do peito, no escondidinho do coração. Eu vi a brasa acesa no peito a sentir até o sopro do ar que acabou. E também vi a força do amor que ficou, a dor que fortaleceu a memória dos sentidos. Ainda sinto a vida em ti...


Sempre foi um lugar de sonhos possíveis. Tecidos com amor dedilhavam vida em cada palavra semeada na árida terra. Sim, plumava instantes mágicos, olhares que se viam nas distâncias e nos silêncios que se faziam milhares no terçar desta longa jornada de viver o amor. E, como ainda hoje - e Agora em sua plenitude -, as mãos se tocavam, os olhos se fitavam, os lábios se tocavam e beijavam. A magia deste momento único é impar também no Agora. Fascinante a entrega, sem truques o viver. Tudo tão simples e cativante. Sim, ainda há vida!. Ainda há um muro de pedras, mas não faz limite ou fronteira, tece uma ponte entre entre a pétala da flor e o cume da montanha alada. E podes ainda ver a beleza dos corações, os gestos doces e as pegadas de amor nas trilhas desse lugar. Está lá o belo do meu coração, o partilhar dos meus sonhos... os que consegui sonhar... E os teus olhos viram os meus... 

Também senti o perfume das flores por entre os ramos dos cedros ou nos galhos dos cafezais. É que o peito carrega florestas dentro suas cavernas e abarca sentimentos de varandas cujas florescências caem pelas umbrais desenhando um rastro de ternos afagos de um coração acolhedor. 

 Nem sempre é possível encurtar a distância da porta de casa às calçadas. Faltam braços que acolham, falta braços. Ou existem, mas se encontram amordaçados pela venda dos olhos. E fica o descuido, o abandono enquanto o mar segue jogando ondas  que se espatifam contra os rochedos ou a vida segue pulsando a dor em pequenos barcos que navegam apinhados de sonhos e afundam no mar insano. Não sei, não sei... Não sei se ainda há olhos... se ainda há braços... Onde o laço que abraça? Onde?