Eu não sei onde estávamos em 1941. Mas ouvi a história das guerras e mortes, ao nascer... Conheço a dor da perda e das prisões. Conheço a luz e as sombras em memória, seja noite ou seja dia... Meu sangue se encontra nas lápides dos corpos gaseificados ou transformados em pó. Tantos se omitiram no passado. Tantos se omitem hoje. O genocídio continua. E continuamos a matar e a morrer...
domingo, 14 de janeiro de 2024
segunda-feira, 1 de janeiro de 2024
Sou feita de desassossegos. Toda ânsias e angústias pela poeira que se desloca rápida para o lado debaixo de minha ampulheta do tempo. Mas também sei que a tranquilidade é esse silêncio faminto de amanhãs. Faminto de ventos que soprem brisas memoráveis por sobre o tapete da vida. É inconfundível o cheiro da terra quando o sol deita seus raios sobre os campos. As ervas se dobram em reverência e permitem o exalar de suas fragrâncias e o contemplar de suas nuances de cores de mais um entardecer.
Se o caminho é dado a cada passo, penso que talvez eu não tenha paciência para o aguardar. Nem sempre quero caminhar. Tem dias quero aquietar-me à sombra da árvore e contemplar o mar distante e a linha do horizonte que dorme sobre as águas plácidas e brilhantes. Meu voo se assemelha ao da andorinha. Muitas vezes em círculos, antevendo chover chuva... Minhas asas abertas só se fecham quando pouso no fio. Então observo o chão e olhos que me contemplam de longe. Voam outras andorinhas enquanto aguardo o caminho se abrir.