sexta-feira, 21 de abril de 2023

 Mas pode ser assim... por caminhos de sonho... onde os pensamentos voam para distâncias longínquas e queridas... onde o mundo não é de estátuas de cavalos nem de caminhos livres... ou mesmo de mapas que podem ser seguidos... lá onde as horas não existem... e o relógio marca só o tempo que não foi... E os castelos só existem no coração...

que não pára de bater
nem de sonhar... com fontes que jorram palavras
e sentimentos...
e flores no portal
Rosas para viver o dia
onde a morte não tem vez
E as flores fazem o feliz...
nas janelas da vida...
nos espelhos da alma...
Tão longe do chão...



o tapete para os pés incansáveis
As belezas do caminho se ornavam de pingos de chuva
Outras se escondiam por entre os verdes
Esquinas eram nossas sinaleiras
De que o destino estava próximo
A paisagem de repente mudou. As casas se vestiram de pedras negras as "shivas" .
E a cidade tinha um ar de tempo antigo
um ar medieval
Que a cidade parecia carregar em cada janela ou telhado
Os passantes eram gentis em dar informações para os
navegadores errantes que procuravam
o que nunca tinham visto
m buquê de boas vindas na porta da casa
o amanhecer
Com as folhas serenadas da chuva
E as florezinhas desejando um bom dia
pra quem madrugou
e passeava por ali
As gotas de lágrimas também estavam no coração
que nunca mais deixará de chorar a sua dor
E mesmo o encanto da natureza matinal
não apagavam os pensamentos e sentimentos da alma
Os olhos se perdiam no rendado das folhas
Espiavam o mundo lá fora com cuidado
E as flores vinham apaziguar o choro interior
com sua beleza e sua simplicidade
Miúdas e azuis - feitas pra uma Maria a alma acalentar
Coloridas para aquecer o coração
Nem todo o  tempo se estava em solidão
Nem todas flores eram para só este coração
Ao longe o colorido chamava atenção
Pareciam beijos no amanhecer
Selados na paz e calmaria das manhãs
Caminhar em solitude de vida
Vagar por entre os perdidos do pensamento
Sonhando
mãos dadas e um abraço quentinho
Mas tudo era só silêncio e solidão
Distante o arvoredo parecia dormir
Esperando as réstias de sol surgirem para aquece-los
na manhã gelada e molhada
Aos poucos o dia foi clareando
E a neblina se dissipando no céu atrás das árvores
A natureza já brilhava mais
E o sol começava a secar as gotas de lágrimas
enquanto novos botões se formavam
e lançavam-se em direção à luz
Talvez eu devesse aprender com eles
Que independente de tudo sempre somos botões de luzes
E somos fortes como os carvalhos nas manhãs
E imponentes como os pinheiros do campo
E mesmo em meio as águas da manhã
Podemos estender os braços de flores
sorrir primaveras em meio as lágrimas de amor
presentear rosas ao próprio coração
Pétalas de amor em todas as direções
Semear o pólen da vida
Mãos estendidas em direção do céu
e as antenas da alma sintonizadas no divino
dispostas as borboletas e suas asas
ou prontas para o zumbido dos colibris
ou das abelhas que ali colhem o néctar da vida
Sempre podemos nos fechar em momentos de reflexão
Ou nos abrir em estradas para os próprios pés ou para os passantes
Mas importante é sabermos para onde queremos ir
e de onde viemos para sempre saber o caminho de volta


As lágrimas são pérolas que coração joga ao vento
Assim como a flor expressam todo o amor que vai na alma
Mesmo um pequeno mimo do campo encanta os olhos
Enquanto o dia já vai pela metade e as flores já são outras
Agora ornadas de sol e verde da tarde
Simples, queridas... doces...
Cheias de esperança
roupagem verde para o muro de pedras
Ou vestidos aveludados de sonho
Coisa mais linda as flores na varanda
Ou as sementes altivas dos pinheiros
Um larzinho de alguém, canto de amor
janelas maravilhosas e suas jardineiras
Detalhes que aos olhos encantavam
Cores e belezas
Campanas amarelas da cor do sol
Vês os detalhes dessa flor? São como estrelas
Lançam faíscas de cor e belezas
Mas há outras que vivem no escondidinho
E aquelas que revestem paredes e janelões
tem os botões ainda em formação
a mistura que encanta
A singeleza da minha flor preferida em meio ao azul do meu coração
E a beleza e o toque de charme rosado
Ou o encanto das petúnias e hortências
um brinde aos olhos atentos da tarde

Uma pequena e exótica flor cruzou meu caminho
Parecia uma rosa mas quem diria que era? Não sei...
Enquanto lá do outro lado, na estufa as margaridas amarelas...
Ou o cheiro gostoso das flores de mel
Pequenos botões se abrindo em todas as direções
Cores que parecem nem existir
sem palavras para falar da beleza
saias rodadas de belezas
o veludo bordô respingado de chuva
a pelúcia rosada
As flores de mel com cheiro azul de amor
Refletindo belezas
toque de luz e simplicidade da meia flor
Vestido matizado

Outro de ouro ornamentado
Meus encantos azuis
Se voltam em direção à luz como nós
voltamos a face do coração em direção ao amor
e das águas brotam belezas inimagináveis
Que iluminam a tarde

Portões e trilhas que se abrem
E flores exóticas pra enfeitar a despedida
Riquezas que os olhos ainda encontram
A corda e o tronco são quase um só
pertencem um ao outro e fazem de tudo para sempre
ficarem unidos
Tudo aqui é imbuído de simbolismo
E tem significados que minha própria alma desenha
Enquanto percorre lentamente o caminho  de volta
Ainda há tempo para olhar as marcas no tronco
Ou contemplar o lagozinho de pequenas vitórias-régias
Onde os ramos se espelham e se veem
ou se escondem por debaixo da folhas em forma de coração
A solitude da vida é visível num banco vazio
Podíamos estar ali, nós dois e o mundo de amor
de dentro do peito
mas só as flores podem ter a cor e amor que merecem
Porque elas o expressam nas flores que jogam ao ar em profusão
Ramagens de pequenos botões de luz
Papoulas amarelas viradas em sorrisos
Conjunto de despedida da tarde que já vai longe
o retorno a pé por caminhos e estradas assim
preenchendo distâncias e enchendo os olhos de luz
O caminhar por entre as trilhas já feitas
Portões e trilhas levam a mundos novos e desconhecidos
Estradas sempre levam para algum lugar
Enquanto o tapete de folhas mortas
E as placas do caminho
Diziam que ainda havia estradas
as quais os pés
poderiam seguir...

 vamos seguir por esta estrada. Talvez ela nos leve pra algum lugar, além dos tijolos amarelos... um lugar de flores brancas e miúdas, de escadas que conduzem à floresta, e fazem os pés trilhar tapetes de flores Caminhos de esperança e paz lugares de descanso e refrigério Onde a vida é mais colorida e as belezas latentes brotam do chão em profusão ou abraçam as janela da vida como um coração aberto no peito que tremula beleza como as do jardim e iluminam os cantos da vida com o azul do coração a cor dos sonhos e do perdão a cor do amor que qual os miosótis encantam e fazem o mundo brilhar mais


Em todo o canto uma flor Em cada folha uma cor diferente Um broto e luz e vida uma placa anunciando um novo mundo  Gigantes os pinheiros do caminho Que fazem trilhas de folhas secas No caminho um momento para descansar Mas depois sempre seguir adiante Na floresta imensa e negra (Floresta Negra) Com as flores da beira do caminho A enfeitar de luz a caminhada. 


Hoje há flores no meu caminho E a floresta de pinheiros brilha pelo mar de flores que Deus hoje colocou no meu caminho. São como tapetes para meus pés de sonho...E nas imensas trilhas da Floresta Negra eu tive a certeza de que passe o tempo que passar eu jamais, nunca, nunca mesmo desistirei dos meus sonhos E que mesmo que vários caminhos se apresentarem diante dos olhos mesmo as porteiras fechadas mesmo os galhos diante dos olhos E a luz ofuscando a visão Eu traçarei meus caminhos E mesmo que a dor jamais me poupe Eu sei onde meu coração está encravado e conheço o que nele vive E nada, nem ninguém vai tirar isso de mim e mesmo que seja na mais completa solidão mesmo que todos me abandonem que você me abandone pra sempre Ou que os caminhos sumirem de diante dos meus pés E que só possa ver o mundo depois que ele passou Minhas raízes estarão firmes e mesmo secando as minhas folhas ou se eu perder o foco de mim mesma construirei minhas estradas E farei brotar flores em meu coração Porque nele não há mais lugar para cardos e espinhos mas sim para a beleza do amor e da vida E a vida é o dom que quero pra sempre ao meu redor - me dando forças para viver e novos caminhos para os pés cansados   Um portão aberto e desejos de boas vindas E mesmo que não haja mais cartas no mensageiro do tempo Sei que meu amor é forte como o carvalho é refúgio e fortaleza E será em meu coração sempre um jardim Com uma única certeza Há sempre um caminho por onde andar E um lindo lugar para pousar a alma e viver os minutos da vida  construindo pontes Brincando com a vida observando o mundo e as coisas do mundo e as gentilezas que a natureza nos dá Como uma casinha no meio da mata Um lar no caminho dos anjos Uma distância para o silêncio e a reflexão e a visão do belo e do perene ou a imensidão a perder de vista O jardim de Deus O charme da vida As trilhas no capim As doçuras que meus olhos viram Até no cão que carrega a madeira para seu dono e as flores silvestres que se esparramam em belezas E fazem a alma sorrir Como a muito tempo não sorria o Azul preferido A chuva de ouro Cachos de luz cascatas de sol uzes de sonhos tapete verde A diversidade A sombra mágica vivaz  Sangue e luz cores de outono cor de maria Flor de esperança Diferente e mesmo sempre perdendo o jogo Vale a pena viver E acreditar no amanhã endo no peito um coração que sabe amar e que vive desse amor pra sempre assim, assim como vivem as lindas flores nas janelas da vida...

terça-feira, 18 de abril de 2023

É belo o sentir e a certeza de ter o sol num brilho raro entre os vãos dos dedos ou piscando beijos de luzes na linha do horizonte de uma tela da vida. Também em distraio no vento ou na brisa do mar ou, quem sabe, no canto das aves que beijam o céu estrelado e nacarado de sonhos. Sou eu o sal, o fogo e a brasa que vês, que sentes... se venho no teu pensamento... veja-me, sintaa-me... pois belo é o sentir e bela é a vida que vem, que passa e que caí, como a folhinha do calendário da parede, no vão entre o lado de cima e o debaixo da minha ampulheta do tempo. 


Quantas vezes joguei a fita no azul procurando agarrar as gotas desse brilho raro que encontrei no céu de um jardim de primeira página. Quantas vezes lutei para me deixar fisgar, machucar pelo anzol da vida... prender e soltar quando e como o vento quisesse...

E sequei lábios rasgados, sangue escorrendo dos olhos, boca dormente pelos machucados da linha, pelos vazios que me abraçavam e não me largavam mais... Presa da dor, nem consegui inventar outra história pois a minha jamais teve fim... 

Quantos vãos no pensamento, quantos abismos se formaram e por eles naveguei ou caminhei milhões e milhões de eternidades em busca dessa memória de uma nova história que ainda não sei... não conheço para além da tela aquarelada de luzes... 

Que saudade dos fiapos de lágrimas, da troca de trapos, das conversas entre as varas que seguravam anzóis que a si próprias se pescavam... 

E neste ir e vir do Sol, neste pegar e largar da vida, também fui, tantas vezes, ceifada em minha visão pelos feixes de luzes que jogavam no meu rosto ao cruzar dos faróis. 

Tudo era cristalina/mente claro, sorrateira/mente escuro... mas eu só via, como tu, a fita azul e a ponta do anzol... e sonhava (sonho) ser um coração, ser isca... para - no momento de sua travessia entre um corpo e outro de alguma estrela - para todo o sempre fisgar o mar... 

  

Nem sempre o grito do peito é ouvido pelo abraço querido, nem sempre saber pisar nos leva para algum lugar - pode, também, nos fazer parar de caminhar... O coração no lugar certo também não quer dizer muita coisa, pois é só quando sai de si em direção a outro coração que a gente se encontra, se acha. 

Eu vivo inteira nas nuvens e o vento me sopra para onde ele quiser. Sou como folha do pensamento com as mãos estendidas à beira da estrada pedinte de uma voz que me fale... 

Eu nunca parti, mas sempre corri atrás de quem estava partindo... Agora, olhando das nuvens, tão longe a terra, tão perto o Sol, mas os sonhos... tenho medo que se percam, se calem ou... se transformem, irrealizáveis, em cimento na calçada de um tempo que voa e não quer mais voltar...