Mas pode ser assim... por caminhos de sonho... onde os pensamentos voam para distâncias longínquas e queridas... onde o mundo não é de estátuas de cavalos nem de caminhos livres... ou mesmo de mapas que podem ser seguidos... lá onde as horas não existem... e o relógio marca só o tempo que não foi... E os castelos só existem no coração...
que não pára de bater
nem de sonhar... com fontes que jorram palavras
e sentimentos...
e flores no portal
Rosas para viver o dia
onde a morte não tem vez
E as flores fazem o feliz...
nas janelas da vida...
nos espelhos da alma...
Tão longe do chão...
o tapete para os pés incansáveis
As belezas do caminho se ornavam de pingos de chuva
Outras se escondiam por entre os verdes
Esquinas eram nossas sinaleiras
De que o destino estava próximo
A paisagem de repente mudou. As casas se vestiram de pedras negras as "shivas" .
E a cidade tinha um ar de tempo antigo
um ar medieval
Que a cidade parecia carregar em cada janela ou telhado
Os passantes eram gentis em dar informações para os
navegadores errantes que procuravam
o que nunca tinham visto
m buquê de boas vindas na porta da casa
o amanhecer
Com as folhas serenadas da chuva
E as florezinhas desejando um bom dia
pra quem madrugou
e passeava por ali
As gotas de lágrimas também estavam no coração
que nunca mais deixará de chorar a sua dor
E mesmo o encanto da natureza matinal
não apagavam os pensamentos e sentimentos da alma
Os olhos se perdiam no rendado das folhas
Espiavam o mundo lá fora com cuidado
E as flores vinham apaziguar o choro interior
com sua beleza e sua simplicidade
Miúdas e azuis - feitas pra uma Maria a alma acalentar
Coloridas para aquecer o coração
Nem todo o tempo se estava em solidão
Nem todas flores eram para só este coração
Ao longe o colorido chamava atenção
Pareciam beijos no amanhecer
Selados na paz e calmaria das manhãs
Caminhar em solitude de vida
Vagar por entre os perdidos do pensamento
Sonhando
mãos dadas e um abraço quentinho
Mas tudo era só silêncio e solidão
Distante o arvoredo parecia dormir
Esperando as réstias de sol surgirem para aquece-los
na manhã gelada e molhada
Aos poucos o dia foi clareando
E a neblina se dissipando no céu atrás das árvores
A natureza já brilhava mais
E o sol começava a secar as gotas de lágrimas
enquanto novos botões se formavam
e lançavam-se em direção à luz
Talvez eu devesse aprender com eles
Que independente de tudo sempre somos botões de luzes
E somos fortes como os carvalhos nas manhãs
E imponentes como os pinheiros do campo
E mesmo em meio as águas da manhã
Podemos estender os braços de flores
sorrir primaveras em meio as lágrimas de amor
presentear rosas ao próprio coração
Pétalas de amor em todas as direções
Semear o pólen da vida
Mãos estendidas em direção do céu
e as antenas da alma sintonizadas no divino
dispostas as borboletas e suas asas
ou prontas para o zumbido dos colibris
ou das abelhas que ali colhem o néctar da vida
Sempre podemos nos fechar em momentos de reflexão
Ou nos abrir em estradas para os próprios pés ou para os passantes
Mas importante é sabermos para onde queremos ir
e de onde viemos para sempre saber o caminho de volta
As lágrimas são pérolas que coração joga ao vento
Assim como a flor expressam todo o amor que vai na alma
Mesmo um pequeno mimo do campo encanta os olhos
Enquanto o dia já vai pela metade e as flores já são outras
Agora ornadas de sol e verde da tarde
Simples, queridas... doces...
Cheias de esperança
roupagem verde para o muro de pedras
Ou vestidos aveludados de sonho
Coisa mais linda as flores na varanda
Ou as sementes altivas dos pinheiros
Um larzinho de alguém, canto de amor
janelas maravilhosas e suas jardineiras
Detalhes que aos olhos encantavam
Cores e belezas
Campanas amarelas da cor do sol
Vês os detalhes dessa flor? São como estrelas
Lançam faíscas de cor e belezas
Mas há outras que vivem no escondidinho
E aquelas que revestem paredes e janelões
tem os botões ainda em formação
a mistura que encanta
A singeleza da minha flor preferida em meio ao azul do meu coração
E a beleza e o toque de charme rosado
Ou o encanto das petúnias e hortências
um brinde aos olhos atentos da tarde
Uma pequena e exótica flor cruzou meu caminho
Parecia uma rosa mas quem diria que era? Não sei...
Enquanto lá do outro lado, na estufa as margaridas amarelas...
Ou o cheiro gostoso das flores de mel
Pequenos botões se abrindo em todas as direções
Cores que parecem nem existir
sem palavras para falar da beleza
saias rodadas de belezas
o veludo bordô respingado de chuva
a pelúcia rosada
As flores de mel com cheiro azul de amor
Refletindo belezas
toque de luz e simplicidade da meia flor
Vestido matizado
Outro de ouro ornamentado
Meus encantos azuis
Se voltam em direção à luz como nós
voltamos a face do coração em direção ao amor
e das águas brotam belezas inimagináveis
Que iluminam a tarde
Portões e trilhas que se abrem
E flores exóticas pra enfeitar a despedida
Riquezas que os olhos ainda encontram
A corda e o tronco são quase um só
pertencem um ao outro e fazem de tudo para sempre
ficarem unidos
Tudo aqui é imbuído de simbolismo
E tem significados que minha própria alma desenha
Enquanto percorre lentamente o caminho de volta
Ainda há tempo para olhar as marcas no tronco
Ou contemplar o lagozinho de pequenas vitórias-régias
Onde os ramos se espelham e se veem
ou se escondem por debaixo da folhas em forma de coração
A solitude da vida é visível num banco vazio
Podíamos estar ali, nós dois e o mundo de amor
de dentro do peito
mas só as flores podem ter a cor e amor que merecem
Porque elas o expressam nas flores que jogam ao ar em profusão
Ramagens de pequenos botões de luz
Papoulas amarelas viradas em sorrisos
Conjunto de despedida da tarde que já vai longe
o retorno a pé por caminhos e estradas assim
preenchendo distâncias e enchendo os olhos de luz
O caminhar por entre as trilhas já feitas
Portões e trilhas levam a mundos novos e desconhecidos
Estradas sempre levam para algum lugar
Enquanto o tapete de folhas mortas
E as placas do caminho
Diziam que ainda havia estradas
as quais os pés
poderiam seguir...
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