domingo, 21 de junho de 2015

Marburg - Alemanha

O passeio iniciou após o trabalho. E já começou lindo.
 

A árvore, podada, começava a largar brotos de folhas.

 
O alvo era chegar nesse castelo.

Da janela do carro uma velha igreja.

Sinal verde para o passeio...

Os rios sempre eram belos. Fotografei muitos...

Também os queridos que não se incomodavam e até abanavam pra mim...

Também tinha os que só olhavam...

Confusão de sinais... seguir qual?

A arquitetura de Marburg é incrível

Estacionamento de bicicletas se via em toda parte.

E exóticas florezinhas. Essa tem no Brasil também.

A madeira é tão velha que os musgos já fizeram moradia...

E os brotos adentraram rachaduras e caminhos tortuosos...

Os brotos ainda surgiam após o longo inverno...

Folhas verdes davam um toque de calmaria ao passeio.
A natureza é fenomenal...

Olha só as estrias da folha... e o brotinho novo saindo...

Só agora eu vi que havia alguém na janela...

Frondosa e forte...

Janela abraçada pelo verde...

Telhado de folhas secas...

As folhas e o telhado... amo.



Trepadeiras por toda parte...

E sempre flores nas janelas..

Pena que na foto não dá pra ver.
Mas esse pacote é enorme, duas vezes o tamanho de uma pessoa...

Agora o passeio já era a pé pelas ruas da cidade...

Mas bem que podia ser de bike né?

 
As casas enxaimel são profusas...

E as ruas são do povo. São poucos automóveis circulando...

Escadarias não faltavam também. A ideia da bike já não daria certo...



Nem sabia o que fotografar de tanta coisa que chamava a atenção.

Casas como essa, de tijolo à vista...

Ou fachadas gigantes de enxaimel...

Na praça central músicos tocavam...

As ruas estreitas eram um convite ao passeio...

E as construções eram o que mais fascinava...

Marburg é linda...

Mas, estranhei as casas sempre emendadas uma na outra.
Foi assim em toda Alemanha na verdade.

Um lindo castelinho. Blumenau tem um parecido.

Olha as casas... todas juntinhas.
Como a gente devia ser, assim, assim, grudadinhos um no outro..

Sacada linda...

Os desenhos, a arte nas paredes...

Belos cestos pra colher amoras...

As lojas sempre com os produtos na rua...

 
A madeira é de 1.200, por aí.. 


Meu pé descendo as escadas que levaram a um porão.
Esse porão é de mais de mil anos... uma loucura...

A escada é transparente e iluminada para que possamos ver as escavações...

Uma paradinha pra repor as fotças.
Pedi gemüse (não sei se é assim que se escrever verduras, mas é assim que se fala)
com frango grelhado e quase desmaiei quando vi o tamanho do prato.
E como era feio deixar no prato quase morri comendo.
Se não fosse verduras eu morria mesmo...
ou.. deixava no prato...

Prato especial da colega ao lado. Massa com gulasch.
Ainda bem que não pedi algo assim, já pensou comer tudo isso?
 
A alegria dos meus olhos.
Parava em todos os cantos onde havia uma flor...

Como o alvo era subir... vamos lá...

Muito, muito antiga essa construção.
E linda.

E o relógio sempre marcando o tempo...
que já passou...

Quantos pés já pisaram nessas escadarias?

Lembrei da velha lambreta de meu pai...

E claro que tinha de ter um foto com o sol por detrás..

Veja os detalhes da porta.



Quase consigo fazer uma foto de mim... kakaka

Essa igreja levou 50 anos para ser construída.
Mas a torre dela levou mais tempo..

 
A torre levou 100 anos para ser construída...

Tudo muito antigo..

O pátio da igreja.

Os detalhes da torre.

Um dos lustres lá de dentro.

A grandeza do interior.

Os vitrais maravilhosos. A foto foi de bem longe...

O altar e os fiéis.
 

Em oração e contemplação...

Maravilhoso o teto da igreja.

A luz entrava linda.

As velas acesas na porta de entrada.

O órgão muito, muito antigo...

Para depositar ofertas...

A beleza das chamas...

Detalhes das portas...

E o encanto dos vitrais...

Coloridos, com mensagens da época...

E nas alturas a luz...

Ou as florezinhas na pedra...

Sim, flores nascem em pedras.

Mas o caminho para o castelo continuava...


Escadas e mais escadas...

O que me alegrava no caminho eram as florezinhas que encontrava...

Trepadeiras e brotos que alçavam ao céu...

Não entendi o sapato. Será que era o castelo de alguma cinderela?
Ou o sapato era pra mim que fui de chinelas no passeio?

Uma das fachadas do castelo...

E a visão da cidade lá embaixo...

A igreja de a pouco...

Amo telhados. Foi num onde um gato repousava que me encontrei.

Também a beleza e a singeleza da flor.

Mas uma fachada do castelo.

Mas eu me perdia pela vegetação ao largo do castelo.

E me encantava com a beleza da natureza...

com a simplicidade das pétulas brancas...

enquanto outros se perdiam pelas pedras do castelo

Eu só pensava nas mãos que o fizeram...

Em quanto sofrimento para erguer aquelas pedras

em como doeram e sangraram mãos para que agora pudéssemos
estupefatos contemplar aquela beleza

Li a história no paredão

mas ela não contava das mães que perderam seus filhos
no tempo de construção

nem falava das esposas que nunca mais viram seus maridos
que morreram carregando as pedras morro acima...

ou dos espinhos que ficaram pra sempre
na alma dos que sofreram perdas eternas

espinhos que hoje estão lá representados
mas que só olhos sensíveis podem ver

todos olhavam a grandiosidade e a majestade do lugar

já meus olhos viam as flores mortas e as pedras que formavam os paredões

viam o verde tentando esconder a dor das mãos que meu coração via

e o sofrimento dos que nunca podiam adentrar esse pórtico para entrar no castelo
por não pertencer a uma classe social
Foi isso que vi naquele castelo - e me fez sair lágrimas dos olhos:
a dor do povo que o construiu para a ostentação
da burguesia da época.

O que me adoçava os olhos era encontrar pequenos tesouros

contemplar a cidade onde morava o povo que não era dono do castelo

As torres da igreja que expressava a sua fé


Uma ferpa calada abraça o peito no silêncio sepulcral. É possível ouvir o respirar do coração. E sentir as entranhas da alma em ebulição. Uma ferpa de dor abraça o peito. É como se a vida não fizesse juz a verdadeira história... Como se tudo tivesse ruído como ruíram povos e terras no passar da carruagem do tempo. Que tenho eu com este castelo? Que tenho eu com ele? São as mãos que o fizeram que me comovem. São as mãos que sangraram e choraram adormecidas de dor que me tocam a alma. Quase posso senti-las no silêncio sepulcral. Quase posso senti-las. Quantas mães choraram seus filhos mortos e perdidos neste lugar? Quantas mulheres enterraram seus homens enquanto subiam as paredes de pedra em direção ao céu? É com essas lembranças que me apego. Com essa história que ninguém conta que deixo doer o peito... É com as pessoas que ninguém vê ou ouve que me abraço e choro... choro as lágrimas que elas mesmas derramaram, que ninguém ousa hoje ver, mas que ainda descem corridas pelas paredes escuras de um castelo do tempo...
 
Maria



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