sábado, 4 de fevereiro de 2023

Eu te amo. Te amo agora, percorrendo as veias do teu coração e me aninhando feito deusa em seu interior, fazendo dele meu lar, meu palácio de viver, meu território de só amor e amar. 

E me deixo tocar por tua luz, brilhar pelos raios que me chegam à face, tocam meus olhos, cabelos, a boca que, ansiosa, aguarda sedenta teus beijos de amor. 

e quando você me sussurra: te quero agora, Maria!

Meu ser todo ouve e se expande, se dilata latejante, o coração ansioso, as mãos desejosas e angustiadas pelo teu toque, pelo teu caminhar sereno e ao mesmo tempo elétrico, agitado em meu corpo, pelo momento sublime de tua boca na minha, teus lábios tocando os meus num beijo profundo, demorado, cósmico, que faz com todo nosso corpo incendeie, se perca de si, se derreta a quatro mãos.

Nossos corpos se mesclam, se juntam, se colam, se fazem um - em tanta querência, tanto amor e paixão. 

Nesse mesclar de desejo e paixão nossas mãos se colam e se transformam em asas que nos abraçam, acariciam cada parte da pele, amainando a ânsia de amar.

E desejo de estar um no outro, o sonho desse momento único e belo entre um homem e uma mulher onde não sabemos mais onde termina um e começa o outro, somos um só, corpo, alma e espírito.

 O madrugar em teus olhos contemplando juntos o amanhecer - que preciosidade. Ver aos poucos as cores do céu mudando, a luz chegando e dissipando a escuridão. Ouvir a passarinhada em sua hora de acordar em seus voejos em busca do alimento. 

o café quentinho na cadeira de balanço olhando juntos as montanhas ainda enevoadas ao longe.

Você sorrindo estrelas e luzes ao meu lado, cochichando teu amor, teu desejo e tua paixão.

Teus olhos, com os meus, percorrendo as folhas balançando ao vento, sendo acariciadas pela brisa.

A vida fluiu serena e azul em nosso amanhecer na varanda da casa. O contemplar da aurora, o estar juntos, a riqueza de amar e ser amado, a plenitude de compreender esse amor cuja beleza está em estar junto, perto, dentro. 

Quero viver como essa cacheira que esbanja vida através e pelo rio que corre e despenca, livre, em seus costados. Quero ser esse pôr-do-sol reluzente, essa energia viva e o calor. A recordação do teu coração, a memória da tua alma das batidas do meu coração quando se inclina ao teu amor. Peço ser o vento que toca teu rosto e te faz lembrar de nós, o contentamento que se amplia à felicidade. O silêncio que aquieta os barulhos do dia e os que vem de dentro e nos fazem ser. Quero ser a mais bela recordação, a batida do teu coração, a força do teu viver. 

Quero ser também as mãos que tocam piano, a música que entra por teu ouvido chegando ao âmago do teu ser, arrepiando a alma, desmantelando reservas e constrangimentos, aplacando a timidez e o medo. Essa melodia que, serena, vai fechando as pálpebras e faz imaginar o sonho, faz revoar as asas em busca de uma nuvem que possa nos aconchegar e se fazer vida, amor e lar.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

 chega um dia em que as roupas no armário acabam, deixam de existir, porque descobrimos que viver a nudez de si mesmo é a mais perfeita vestimenta. Pode até, se necessário, ser a camuflagem perfeita. Ninguém que vive eternamente fantasiado suporta viver muito tempo ao lado de quem veste sua própria alma e segue sem se importar com o que os outros vão pensar ou falar.

  reflexão, quando ocorre, é a parte final da transformação. Na verdade, o ser o novo eu já aconteceu quando é mera expectativa, sonho ou utopia. A mudança no tempo e no espaço acontece Agora. 

 Os dois lados da beleza da vida. A flor e o espinho. A felicidade e a dor. Viver também dói, mas a ânsia de viver nos devolve a felicidade de amar e ser amado.

 Reconhecer-se e encontrar-se no outro, que dádiva! A vida é um imenso jardim de amor e plenitude. Quando abrimos os olhos e podemos ver o amor habita em nós.

 A fome de luz também é dolorida, a fome de palavras, a fome da beleza e do encanto da vida. Sempre que nossa alma estiver a procura, mesmo encontrando, sempre haverá um sentir, uma descoberta, um nascer e um morrer que a alma diz: "sofro"... É porque a flor também tem espinhos, as estradas tem pedras, as águas podem esconder perigos, poços... Tudo na vida tem dois lados, dois passos ou duas faces... Que possamos compreender essa dinâmica e viver a felicidade dos encontros e das descobertas, mesmo a dor do espinho na carne, a dor da descoberta de sentimentos, do conhecimento, do aprendizado, do caminhar estradas com todas suas pedras, tempestades, fogo, lágrimas e risos... Em todas o amor está presente, a felicidade faz parte, a paixão aumenta a fome de viver.

 O toque do perdão na alma em busca da paz é o caminho para encontrar o almejado pelo coração. 

Começos ou recomeços sempre trazem lembranças queridas a caminharem, mãos dadas, no novo caminhar. 

 assim quando nos encantamos com uma flor, um cravo ou uma rosa do jardim. Nossos olhos não a perdem de vista e nosso coração vai sempre visita-la para sentir o seu cheiro, para se encantar, mais um vez, com sua cor. 

 Quando a felicidade invade a alma e o coração tudo fica pleno de alegria. A vida desenha nuances com novas cores e o vento beija as flores levando em sua asas sementes de feliz eternidade. 

O tempo de hoje é o único que temos. O ontem não existe mais - só pode ser lembrado. O futuro não existe - é para ser sonhado.

 Carrega a essência dos amores antigos, dos amores de alma que trilham vidas em busca de si mesmos até se encontrarem no lagar do tempo e neste entrecruzar de asas seus corpos se unem e se transformam num único corpo, num pássaro de luz e asas lampejantes em seu revoo de vida e eternidade

 Reconhecer a impermanência da vida, a efemeridade do tempo, a transitoriedade das horas que vão e não voltam mais é absorver o conhecimento a nós entregue, com olhos de aprendiz que ainda brilham e fazem da alma morada do milagre e do belo. Essa capacidade de observar a partir dos sentimentos que nos atravessam, do retorno das profundezas de nós mesmos, do poço da alma em ebulição - é a explicitação do processo de maturação, de crescimento e transbordo do conhecimento adquirido e da liberdade de se saber quem se é, ser quem se é, saber-se necessitado de absorver esse saber, se reinventar e aprender com a travessia do barco da vida em busca de si mesmo e do outro em nós.

 Penso que todos passamos por momentos como esse, onde não sabemos nem explicar direito o porque do que sentimentos, pensamos, vivemos. Mas tudo passa e novas auroras vem todas as manhãs

Também quero morar dentro de um abraço. Como uma náufraga em busca de ar, nele me aquietar e não mais sair. Respirar. Sentir. Ouvir a voz que me sussurra: eu te amo. Sentir a mão que me toca e acolhe, que me acarinha a face e a alma. Me deixar inundar, profundamente, desse calor, desta paixão, de teu amor que mora dentro de um abraço. 

Um coração desalinhado é um toque de mãos dadas na tarde de sons que se desenham no papel em branco. Quando desalinhamos de nós é porque nos alinhamos no outro. E esta é a trilha do amor verdadeiro. Contemplar-se e não se ver mais sozinho, alinhado a um corpo sem vida. Contemplar-se e ver-se alinhado a outro coração, num corpo que dança, sem rosto, num rosto que dança sem corpo. Só precisamos disso, de nos alinhar à completude do Ser. Não mais eu, mas Nós, não mais tu, mas Nós! 

Também me busquei em lugares inóspitos, em sendas e penhascos ou desbravando mares bravios e tempestuosos. Quantas vezes também chorei, perdida, em becos escuros, em ruelas mortíferas e ruas sem saída. Tudo em busca de me encontrar. Nesta empreitada quantos se embrenharam nas mesmas estradas e me gritavam ser este o caminho inverso, enquanto eu avançava? No meu encontro comigo mesma fazia uma cruzada de primeira página por caminhos de princesas e rainhas. Foi quando bati de frente com o homem embrulhado em seu próprio caos. O choque da descoberta de mim mesma repercute até os dias de hoje e continuará ressonando na eternidade. O eco de minha voz muda em frente ao espelho impacto na alma e no coração. Senti meu cheiro, reconheci meu Eu. Nascia em nós, uma nova nebulosa, uma Andrômeda cósmica e bela, cuja melodia do nascimento ressoa ainda em nosso coração, em nossas mãos de poema. 

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Sou barbatana afiada em busca de uma ilha selvagem com líquens ao redor do tronco da árvore da felicidade e as águas do mar adentrando as areias brancas da praia como as ondas de choque visíveis de uma explosão num túnel da vida. É assim que teu canto de amor me percorre a alma, apropriando-se do todo que sou e do tempo que somos. Em ti busco o augusto dos sentimentos, a completude do voo como fala a poeta: é o todo que me apetece e faz viver, qual pássaro de asas planantes e voos andantes de procuras. E que seja o alto da árvore nas montanhas que com sua onda o mar atiça. 


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Também me disperso num revoo de aves, me perco no debater ameno do frescor do vento. Cruzo montanhas em busca de céus e estrelas que moram em teus olhos. Se sou pérola de guardar, és o meu baú de preciosidades. Me guarde em teus abraços, que sonham meus olhos, nas tuas lembranças mais queridas, aquelas que folheias em tua saudade, que tocas em tua ânsia de junto estar, em desejo de amar. Guarda contigo quem sou -  nosso sonho azul, meu mar, guarda em teu relicário do coração, me guarda contigo amor!

 Há tempos em que procuramos fora de nós o que está dentro. Caminhos inversos ao da alma que, para se encontrar, deveria mergulhar para o seu interior. É lá, na essência do ser, que vamos nos encontrar conosco mesmo, com a outra parte de nós que vemos no espelho, mas muitas vezes não conseguimos reconhecer.

Sou essa mulher que vaga entre o acalanto de um mundo de aves lampejantes e águas de esplendor o reencontro com o amor de ontem, o amor que morreu em meio a ledice do amar, o amor que renasce todos os dias e se amplia à felicidade do reencontro, à alacridade do estar juntos e ser um só com quem, tão profunda e cosmicamente, se ama. 

São tantas coisas que não conseguimos compreender, aceitar, mas precisamos carregar. São fardos de dor, saudade, sofrimento que sempre estarão conosco e sobre as quais não temos poder de mudar. O coração não apaga memórias, não risca passado, não destrói a história vivida. Ele simplesmente segue, procurando caminhos que lhe sejam de alento e acalanto, estradas de amor, sombra e paz. E não há que se apagar o passado, há que se recordar os momentos bons e maravilhosos que nos ajudarão a viver, a seguir com a vida e encontrar felicidade no hoje, no agora, como estamos, com quem estamos, com o coração aberto à felicidade. 

Como diz o Poeta: atrás de todo momento escuro e dolorido vem a luz e a paz.