Querido filho, eu te amo...
Não tenho palavras para falar da dor que me toma a alma quando teu nome bate forte no meu coração. O peito dói ao viver a tristeza e a dor destes dias. Talvez você nunca irá ler essa carta. Mas eu preciso escrevê-la para que as lágrimas possam desenhar nossa história em minha face e marcar os laivos da dor vivida. Nunca imaginei, sequer pensei que um dia ouviria de meu filho as palavras tão doloridas e fortes que ouvi de você nos últimos tempos. Ainda não sei depurar essa dor. Ela está engasgada em algum lugar e teima em não subir pela tampa do poço em ebulição e dor. É como se o sangue parasse de pulsar em minhas veias, como se a vida perdesse o sentido... e eu não me reconhecesse mais em mim e nem você em você. Eu queria gritar de tanta dor. Eu queria esmurrar o mundo, quebrar todas as vidraças, espalhar os cacos ao chão e caminhar por sobre eles, pés descalços para o sangue jorrasse finalmente e se movimentasse dentro do peito permitindo ao coração pulsar e viver. Eu não encontro palavras. Só sei sentir. Não encontro como expressar o sentimento, como dar visibilidade ao coração ferido. Mas ele está em cada linha, ele está em cada lágrima que escorre abundante pela face. A voz enrouquecida não consegue falar. A mudez destrambelha o peito e a dor pungente quer parar o coração... Não tenho, não encontro palavras para falar da dor...
Que você não sinta essa dor, que você encontre a paz em Deus e que siga teu caminho acreditando em teus sonhos e num caminho de paz para tua alma atribulada pelo medo e a dor da perda de teu amor... De longe te amo meu amor, meu filho amado. De longe eu sempre vou te amar.
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