Eu estou aqui, no lugar de sempre, no meu espaço caseiro de amar. Eu também me pergunto onde você está, com quem. Que lábios beija agora, que mãos segura para caminhar e sentir o vento em tua face. E fico imaginando que minha solidão se faz eterna num mundo que é dividido por uma tela de cristal, mesmo sendo ela que nos une. Nossas vidas são separadas. Nosso coração é um só, nossas almas estão ligada permanentemente, eternamente, mas nossos corpos não se encostam, não sentem o calor um do outro, não se encontram no tablado da realidade da vida. Fico imaginando, em meio à dor, outras mãos tocando teu corpo, outros olhos olhando para os teus com desejo, com ternura, com amor... E minha alma chora nunca ter vivido em sua plenitude o amor que há tanto e tanto tempo a habita. Para você pode ser Por Agora a viver o amor incessante, mas em mim já o vivo há trilhões de anos. E nunca o neguei. Sempre o acalentei e entreguei à você, mesmo você não o querendo, não o percebendo, não o reconhecendo, não dando significado ou importância a ele. Esse Por Agora é só teu. Para mim é Desde Sempre, De longa data, ancestralmente...
Não sei que ventos lhe tocam a face, se o vento das marés e do mar, o vento das montanhas, o vendo de uma janela no alto de uma torre em algum lugar do mundo. Aqui não há vento. Apenas o silêncio de minha casa, a música tocando baixinho e meu coração atribulado de angústias, ansiedades, saudades e perguntas sem respostas sobre este amor virtual, esse amor sem toque, esse amor sem presença, sem tua face para o acariciar de minhas mãos, sem teu corpo quente e perfumado junto ao meu...
É nestes momentos em que penso em desistir. É nestes momentos em que penso que o tempo que passou é tão longo, tão dolorido e nada mudou... que a esperança de que venha a ser diferente do que é hoje se esvai com a lágrima que escorre farta dos olhos.
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