sábado, 7 de outubro de 2023

 Eu estou aqui, no lugar de sempre, no meu espaço caseiro de amar. Eu também me pergunto onde você está, com quem. Que lábios beija agora, que mãos segura para caminhar e sentir o vento em tua face. E fico imaginando que minha solidão se faz eterna num mundo que é dividido por uma tela de cristal, mesmo sendo ela que nos une. Nossas vidas são separadas. Nosso coração é um só, nossas almas estão ligada permanentemente, eternamente, mas nossos corpos não se encostam, não sentem o calor um do outro, não se encontram no tablado da realidade da vida. Fico imaginando, em meio à dor, outras mãos tocando teu corpo, outros olhos olhando para os teus com desejo, com ternura, com amor... E minha alma chora nunca ter vivido em sua plenitude o amor que há tanto e tanto tempo a habita. Para você pode ser Por Agora a viver o amor incessante, mas em mim já o vivo há trilhões de anos. E nunca o neguei. Sempre o acalentei e entreguei à você, mesmo você não o querendo, não o percebendo, não o reconhecendo, não dando significado ou importância a ele. Esse Por Agora é só teu. Para mim é Desde Sempre, De longa data, ancestralmente... 

Não sei que ventos lhe tocam a face, se o vento das marés e do mar, o vento das montanhas, o vendo de uma janela no alto de uma torre em algum lugar do mundo. Aqui não há vento. Apenas o silêncio de minha casa, a música tocando baixinho e meu coração atribulado de angústias, ansiedades, saudades e perguntas sem respostas sobre este amor virtual, esse amor sem toque, esse amor sem presença, sem tua face para o acariciar de minhas mãos, sem teu corpo quente e perfumado junto ao meu... 

É nestes momentos em que penso em desistir. É nestes momentos em que penso que o tempo que passou é tão longo, tão dolorido e nada mudou... que a esperança de que venha a ser diferente do que é hoje se esvai com a lágrima que escorre farta dos olhos. 


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