Me desfaço em sentimentos que não os desenho prá fora daqui...
Não me desfaço em sentimentos. Sou em essência o sentimento. O desenho em mim, tatuado à pele do coração para que almeje o ar, o céu, o firmamento e voe por entre as estrelas como um cometa em fuga de si mesmo, desfazendo-se em luz no céu, num rastro que vai se apagando... apagando... até de si...
Se minhas palavras te tocam beba-as. Sorva do cálice de remédio ou venenos que fluem de dentro deste coração desvairado, louco por amar e derramar lágrimas por sua ousadia...
Deixa-te levar pelo som da emoção, pela estrela que mora num olhar, pelas palavras ou pelo batuque do peito que percute doce e veloz. É a dádiva da vida que flui no sangue que pulsa e não permite que o coração seja apenas um músculo desativado do corpo.
Sei que me sentes, sempre soube. Mas calei por não entender o presente da partilha de um coração em dois, quando no meu peito dois habitam juntos somando um. Na matemática da vida inverteu-se a lógica do bater do coração. Hoje a máquina bombeia e controla da carne o pulsar.
Sempre cometi enganos. Equívocos fizeram meu nascer como estrela num jardim de flores, cardos e espinhos. Mas sempre soube o que trago dentro do peito e também para quem dizer. Sempre disse só a um - como ainda digo -, mas sim, o outro entendeu errado... e quem devia entender, não entendeu, ou entendeu e não aceitou...
Também tenho esse dom de agir impulsivamente. Sou reagente e não creio um dia mudar. Mas não me envergonho de minha tolice. Acato o impulso para escrever o que assim não diria... meus dedos são mais rápidos do que o músculo da minha língua... e conhecem melhor o todo do meu sentimento.
Sim, doem... e como doem os ouvidos no silêncio de dor... no silêncio tão profundo, gravado na alma, onde só os olhos falam e expelem a tristeza causada... e sim, "tantos loucos e outros ternos sentimentos".
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