Somos flores a carregar espinhos e pétalas que são herança de nossos antepassados. Mas, muitas vezes, também carregamos as dores e as feridas causadas por aqueles que deviam nos proteger delas, nos acalentar de nossos machucados, nos alentar de nossos dissabores e tristezas interiores, comuns à vida e ao cotidiano do dia de tantas crianças, adolescentes e adultos feridos. Quantas mulheres e quantos homens viram crianças e como crianças plainam de dor pelos espinhos da mãe, do pai. E a dor é fenomenal. Consome, corrói, destrói. Viver com a dor, sobreviver a ela é difícil, muito difícil. Por outro lado a dor também é, como forma de sobrevivência, de não morrer, o impulso para viver. Principalmente quando encontramos alento, acalanto, acolhimento nos braços do amor. O amor promove a cura. Não apaga a memória, não apaga a dor, mas nos ajuda a seguir a vida e sobreviver a ela. E nos dá um motivo para viver, para desejar a vida e buscar a felicidade. É com o amor que também aprendemos a amar e a ser amados. É possível! É possível! alguém me disse um dia.
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