sábado, 14 de janeiro de 2023

Gosto dessa quietude do alvorecer recebendo o badalar dos sinos nos campanários anunciando uma manhã sem névoas. Os ais das dores desse badalar nas mãos que se balançam nas cordas para a hora de nascer o sol anunciar são desenhadas na melodia que atravessa as montanhas em direção ao infinito de seu calar. Há um espaço que o som não mais alcança, mas as ondas que voam pelo ar não deixam de vibrar. O bater dos sinos e o som que se vai para além do espaço vivido, para a eternidade, é como a luz das estrelas que ainda brilham em nosso céu, mas já morreram. É assim que se fará a nossa imortalidade. Nossa alma ressoará sua luz eterna na poesia que hoje levanta voo. Abre asas e cores nos versos que a compõem, construindo nossos jardins de amor, jardins de nossa existência. Tecem flores e estrelas, exalam perfumes e trinados embriagantes, que nos fazem duas asas num só pássaro e transformam em amor o nosso poetar. 


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