Não sou deusa, nem santa sou. Mas, sou sempre perto das aves sem prumo, dos pés quebrados e braços que perderam a força da vida. Deles defendo e protejo. Amo-as. Meu olhar as vê lá onde estão, meu olhar as encontra onde são. Vagam sem ninhos, à procura de se achar. São cisnes que assim não se sabem. Seu canto é um choro na escuridão, sua voz é um grasnar de solidão. Vejo seu pranto, acolho as lágrimas e abraço suas asas com o genuíno amor. Tento ser espelho para que vejam e abram suas asas e reaprendam a voar. Sonho o revoo. É o evento do dia o sonhar.
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