Em mim, as memórias nunca se apagam e o caminho vai sendo transformado por lembranças que quero guardar pra eternidade. Também sigo dando polimento as pedras, aos blocos de vastidões e imensidões da alma. Nado em tuas correntezas como um vento que vai encrespando a água em ondas, esculpindo as profundezas nuas das marés que aquecem nosso areal. Pairo no teu imo e observo teu navegar de procuras, tuas mãos tateando minhas poeiras, acarinhando as penas de meu voo, conhecendo a chama das águas e o oculto de meus subterrâneos. Sinto teus dedos untando as molduras de meus canyons, deslizando em meus musgos enquanto o sopro de teu respirar chove tempestades em meus cabelos e meus lábios viajam em tua pele como uma singela canção, uma delicada pétula de sol nascente. Sou lírio branco, agasalhando tuas delicadezas, à espera da explosão de letras em meu poema de cores e perfumes.
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