quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Também tenho medo que minhas lágrimas sequem, que eu deixe de ser rio, caudaloso em amor, fresco em mansidão e transparência de suas águas. Também quero que minha alma continue a distribuir sementes, mesmo se forem entre as lágrimas. Olhar nos olhos sem perturbar o contexto, sem naufragar em abismos, mas nadando em profundezas como sempre sobrevivo. Sei desse pensar baixinho, dos sussurros que só são ouvidos pelo sol, dos almejos que se debruçam sobre seus raios - de uma entrega total, livre de amarras e medos. E se sei, falo como a poeta que murmura sobre o rasgar da alma, sobre o estar calma, ser só e pó de querer, de desejar. E se pergunta desde quando... e... num eco de seus murmúrios, minha alma também sussurra que rasgou-se letras, ânsias e desejos, nua e orvalhada, diante dos teus olhos... 


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