Um dia vivi, mente calcificada, calcinada por angústias e temores. Libertar-me dessa prisão de mim mesma foi o desafio mais assustador, posto que, a medida que me desfazia dos nós dos fios que me prendiam, me via no espelho e não me reconhecia. Precisei, antes, dar-me a novamente me conhecer. Desprender-se de si e avançar com asas pela janela da alma levou incontáveis vidas. Como diz o canto de Arana, a natureza traz sua individualidade e caminhamos, mãos dadas sim, mas ameaçados por emoções e angústias naturais da imortalidade. O tempo passou e também aguardo conquistas: subir a montanha e tocar com paixão na ponta dos dedos seus picos mais altos, sentir o seu choro, suas lágrimas escorrendo por entre a palma da mão, receber meu beijo, guardado em suas terras, num inefável abraço de luz.
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